segunda-feira, 7 de abril de 2008

BELEZA PURA - COLÍRIO COLORIDO

Por Antônio Volponi
Movidos pela curiosidade e pela necessidade de somar conhecimentos, visitamos a plantação de roseiras “Rosas de Jacutinga” nas proximidades do Morro da Forquilha, que ao fundo da propriedade faz um belo cenário. Como já era esperado, o espetáculo das flores nos arrebatou, quer pela extensão, quer pela variedade das cores. Atividade delicada, trabalhosa e exigente, cultivar rosas. Trabalho incessante e mão-de-obra especializada para manter aqueles alqueires de terra cobertos de viçosas roseiras com seus milhares de botões protegidos por redinhas de nylon, e livrar as milhares de plantas da formiga saúva e da abelha arapuá: seus ferozes inimigos. Olhando o conjunto e individualmente, torna-se impossível eleger a rosa de cor mais bonita. A branca sempre é delicadeza, pureza, pétalas de leite e açúcar. A vermelha é violência, amor, paixão, sangue. Entre essas duas cores opostas, há a amarela, laranja, rosa, chá, champanhe etc. Diante da beleza ao extremo ficamos sem ação, desarmados e vazios, pois que ela se impõe (imponente) e domina nossos sentimentos. O papa João Paulo II gostava de dizer que a beleza salvará o mundo. Eu pessoalmente prefiro a afirmação de Stendhal: “Há na beleza uma promessa de felicidade”. De fato, quando estamos diante de algo realmente belo ficamos felizes por uns momentos e relutamos para que eles se eternizem. Esse desejo vai de encontro com a afirmação da fé cristã sobre a promessa da “visão beatífica”, isto é, a suprema felicidade pela visão do esplendor divino, prometida aos que fizerem jus, após a morte... Em se tratando de flores, a questão da curta duração atiça nossos sentidos e sentimentos e a fugacidade aumenta o valor e o interesse pela beleza. O efêmero é o tempero do belo. O arco-íris sabe disso... Isto é válido também para crianças e jovens, e haja fotografias para mitigar saudades e suspiros na velhice... Essa “indústria” de rosas é uma das boas coisas que aconteceu para nosso município, ao lado de outras fábricas que aqui estão se instalando, somadas ao cuidado urbanístico, o crescimento e melhoramento dos bairros, o crescimento da população (há milhares de crianças) a elevação da qualidade de vida através dos empregos, coisas que Jacutinga necessitava e que mudaram seu perfil. Quem não a revisita há algum tempo, ficará surpreendido com seu desenvolvimento e embelezamento, ampliação do universo profissional, humano, social, econômico etc. Cada vez mais podemos dizer de boca cheia que “somos jacutinguenses”, orgulhosos de nosso torrão e para quem ainda não sabia, temos rosas para dar e vender...

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