segunda-feira, 7 de abril de 2008

NO MUNDO DA BOLA

No mundo da bola desta semana, trazemos um pouco da história de Otacílio Apolinário, o popular “Nêgo Apolinário” do Sapucaí. Esse produtor rural, quando jovem, foi destaque do futebol municipal e regional ao lado do ponta direita Amarelinho e Toninho Sorocaba (centroavante). Aos 65 anos de idade, ainda joga futebol nos campeonatos de futebol veterano e amador, além de ser treinador do Cruzeiro, do Sapucaí.

Gazeta - Nêgo, como surgiu esse amor pelo futebol?
Nêgo - Desde moleque, lá no bairro dos machados, eu já jogava com os amigos. Depois, mudei-me para Sapucaí e comecei a brincar lá.
Quando jovem, ingressei no time do Sapucaí, que foi grande destaque em Jacutinga e região. Jogava o Paquinho, o Tião Ventura, o Doca, o Alfredo Ferreira... Depois vieram os mais novatos: o Macarrão, o Véio, o Amarelinho, o Toninho Ferreira, o “Vanderléia”, entre outros. Enfrentamos a Adejotinha (invicta há 30 jogos) e vencemos aquela forte equipe.
Sempre gostei de futebol, tanto que estou com 65 anos e até hoje, ainda jogo em campeonatos; além de ser treinador do Cruzeiro do Sapucaí, fundado por mim há 15 anos.

Jogou em outros times?
Sim. Eu joguei para o São Luiz, no Eleutério, em Itapira. Depois, fui para o Paraná. Lá, joguei no Flamengo da cidade de Califórnia, que era o time principal. Também treinei no Botafogo, de Jacutinga, time do Coronel Benedito Rennó. O estádio municipal era de terra.

O trio Nêgo, Amarelinho e Toninho Sorocaba é muito falado. Comente.
Com esse ataque não tinha conversa. Eu jogava na ponta esquerda, o Amarelinho na ponta direita, e o Toninho Sorocaba jogava de centroavante. A defesas sofriam para tentar nos parar. Nós três, além de saber jogar, não jogávamos pra perder. Nós, suávamos a camisa. Fazíamos os cruzamentos e o Toninho Sorocaba balançava a rede. Eu cobrava escanteios e fiz gols olímpicos. Disputamos muitos campeonatos e éramos respeitados. O Sapucaí ficou conhecido como “Leão da Divisa”. Nunca entrei num campo pra perder, mas sempre soube aceitar as derrotas, tanto que nunca fui expulso de uma partida. E por onde passei, sempre deixei amigos.

Jogo inesquecível?
Eu jogava para Eleutério e enfrentamos um time de Itapira. O Macarrão cruzou uma bola, peguei “um sem pulo” e a bola ficou presa à rede, no travessão. Foi um golaço. Aquele gol nunca saiu de minha memória.

Qual o segredo de jogar aos 65 anos?
Sempre trabalhei na roça. Sempre lidei na lavoura de café e com leite. Nunca fumei e nunca bebi. Nunca fiquei doente e sempre zelei de minha saúde. Talvez, o segredo esteja aí, associado ao amor que sempre tive por futebol.

Um grande jogador?
Pra mim, o Toninho Sorocaba. A nível nacional, o Sócrates (do Corinthians), um craque de bola.

É torcedor?
Sou corintiano doente, mas nunca arrumei confusão. Não “enjeito” uma apostinha no pé do Coringão. Acredito que em 2008, o Timão vai dar a volta por cima e retornará a primeira divisão do Brasileirão.

Como é sua vida, hoje?
Sou casado com a Sra. Maria de Louders Apolinário, tivemos 6 filhos; e já temos 9 netos e uma bisneta. Vou para sítio todo dia, desde ás 5 da manhã e só volto depois da missão cumprida. Aos domingos, venho mais cedo pra jogar futebol. E assim, vamos levando a vida, com a graça de Deus.

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