segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

GENTE EXPRESSIVA

Na primeira edição de 2008, esta Gazeta, no quadro “GENTE EXPRESSIVA” traz um pouco da história do senhor Rafael Corral Sanchez, 70, que aos 19 anos veio para o Brasil e, em 1980, escolheu Jacutinga para viver. Em nossa cidade sempre se destacou por suas boas ações junto à sociedade, prestativo, foi responsável pela remoção do maquinário novo Parque Gráfico as da Casa da Criança, isto em 1996/1997. Sempre colaborou, gratuitamente, nos possíveis reparos e manutenção das referidas máquinas. Casado com Dona Ana Miranda Sanchez passa o dia trabalhando a terra para a lavoura.

Gazeta – Sr. Rafael, como foi sua vida na Espanha?
Sr. Rafael – Nasci na Astúria, norte da Espanha e lá vivi por 19 anos. A Espanha era um país que tinha os ricos os miseráveis. Eu fazia parte dos miseráveis. Fui criado até os 8 anos dentro do meu lar. Meu pai durante a guerra civil espanhola foi fazer fortificação para os soldados lutarem nas trincheiras. Éramos em 8 irmãos e minha mãe sozinha ficou cuidando da gente. Nessa guerra civil morreu um milhão de jovens. Depois veio a segunda Guerra Mundial e a Espanha ficou bloqueada de todo lado. Era uma miséria total (emocionado), a Espanha ficou com velhos e viúvas. Nessa época não tínhamos o que comer e eu aprendi a roubar ovos, lingüiça, pão, para poder sobreviver. E pensar que a Espanha era um país agrícola. Levantava 5 horas da manhã para limpar o curral das vacas holandesas e tratar das vacas; depois o patrão levantava para tirar o leite e eu, já levava para a leiteria que ficava a 100 metros de distância. Fiz essa vida por quatros anos. Cansei disso e fui trabalhar em casas de famílias. Depois fui trabalhar para o Estado num reflorestamento de pinheiro como encarregado, lá nas montanhas. Isso porque eu era bom em matemática.

E sua vinda para o Brasil?
A minha irmã Júlia (falecida) veio para o Brasil e, logo em seguida, eu vim atrás dela. Eu tinha 19 anos.
No que trabalhou?
Cheguei em São Paulo. Eu tinha feito um curso de rádio, por correspondência, lá na Espanha e comecei a trabalhar na Philco fábrica de rádio e televisão. Na Philco tive o privilégio de conhecer dois chefes espanhóis que me ajudaram muito e chegeuia o cargo de inspetor. Depopis fui para Walita Auto Peças, onde conheci minha esposa Dona Ana. De lá, fui para a Bosch, que me proporcionou estágio na Alemanha. Ali permaneci por 10 anos. A Bosch me abriu as portas para conseguir alguma coisa na vida e representou muito para mim. Eu tinha um salário muito bom. Depois, ocupei o cargo de chefia na Dyna Limpadores de Pára-brisas. Estudei muito, fiz cursos de desenho mecânico, de ferramentas e outros cursos profissionalizantes. Foi sacrificante, mas sem estudo a gente não consegue nada.

Como Jacutinga entrou na sua vida?
Um dia, por circunstâncias, a minha irmã Júlia e o senhor Ernesto viram para Jacutinga trabalhar com beneficiamento de algodão. Vi minha irmã se envenenando com aquele algodão, era um fracasso total. Daí, coloquei na cabeça deles em montar uma malharia, eu tinha um dinheiro guardado e montamos a TricoTex. Eu vinha aos finais de semana, trazia fios e levava mostruários de malhas para São Paulo. Felizmente, pegamos uma época de glória no ramo de malharia. E conseguimos ganhar alguma coisa. Me apaixonei por Jacutinga por lembram muito minha terra, na Espanha, devido ao paredão de montanhas. Em 1980, mudei-me para cá e minha família veio em definitivo em 1983.

Esse gesto de ajudar as pessoas?
Isso está inerente em mim. Sempre gostei de ajudar as pessoas. Nunca trabalhei com intenção de ficar rico e nunca me preocupei em ajuntar dinheiro. Se isso aconteceu foi por circunstância do trabalho. Sempre faço o que posso para ajudar. Já cedi casa para pessoas morara durante anos sem cobrar aluguel. A gente tem que servir pela graça e o importante é ter fé em Jesus Cristo nosso Salvador, que morreu para nos salvar.
Obs: Sr. Rafael colaborou na remoção do maquinário da Gráfica Casa da Criança em 96/97 e ajuda na realização nos encontros de jeeps, motos e gaiolas em nossa cidade, quando tirar automóveis dos atoleiros. Além, de prestar relevantes serviços à nossa sociedade, como é de nosso conhecimento.

Como é sua vida hoje?
Gosto de lidar com a plantação e trabalhar a terra para o cultivo. Prestou um serviço de trator aqui e ali, e assim, vamos levando a vida. Gosto muito do campo.

Família.
Casei-me com a Dona Ana Miranda Sanchez, mineira lá de Monte Azul (norte de Minas) em 22 de dezembro de 1962. Estamos juntos há 45 anos e somos muito felizes. Temos duas filhas: a Miriam e a Márcia. Vieram os netos. Olha, temos problemas como todo mundo trem, mas dificuldades a gente vence a todo momento porque temos um pai que está conosco em todas as horas.

Mensagem.
“Temos conosco que temos crer no Senhor Jesus primeiramente, que Ele abençoará nossa família e nossa casa. A salvação não é uma herança, ou seja, não passa de pai para filho, portanto, nós temos crer firmemente de que Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores e. como somos pecadores, a salvação é uma graça”. Rafael e Ana Sanchez.

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