segunda-feira, 10 de março de 2008

Empresário jacutinguense fala sobre a falta de mão-de-obra em malharias locais

Billy sugere a criação de uma escola profissionalizante

Em vários pontos da cidade avistam-se placas de empresas, especificamente Malharias, oferecendo empregos em diversas áreas do setor retilíneo. Acontece que, em conversa com diversos empresários/malharistas, estes comentaram sobre a dificuldade em se contratar e, principalmente, em encontrar mão-de-obra qualificada.
Nossa reportagem procurou o empresário e vice-presidente de marketing da ACIJA Nóbile Caramel Júnior “Billy”, para comentar sobre o tema. Billy discorreu que nossa cidade necessita de uma escola profissionalizante na área têxtil.

Gazeta - Billy, notamos que as malharias oferecem empregos e estão encontrando dificuldades em contratar mão-de-obra qualificada, o que tem a dizer?
Billy - Com essa concorrência predatória que estamos enfrentando nessa avalanche de produtos asiáticos invadindo nosso mercado de uma maneira descontrolada, de alguns anos para cá o malharista se viu obrigado a procurar alternativas para fugir dessa concorrência, a maior mudança que vem acontecendo e com o produto que Jacutinga produz, hoje em dia as peças são bem mais elaboradas no que diz respeito a modelagem, designe, acabamento etc.; E com isso aumenta muito a demanda de mão-de-obra qualificada para produção, em escala, desses produtos.
O problema é que atualmente as malharias precisam de pessoas com maior conhecimento técnico e prático em várias funções como overloque, costura reta, passadoria, corte etc., e o número de pessoas disponíveis para começar a trabalhar, de imediato, não é suficiente; infelizmente, essas placas que todos nós malharistas colocamos em frente às fabricas só servem para criar um leilão de salário entre as empresas e o funcionário a cada, 6 meses, mudando de emprego atrás de um salário um pouco maior.
O que precisamos na realidade, é formar novos costureiros e costureiras, tecelões e tecelãs etc., até porque esses novos profissionais iriam parar de trabalhar recebendo o piso salarial e passariam a receber salários compatíveis com os conhecimentos adquiridos em um treinamento profissional; isso também iria ajudar a melhorar a media de renda per capta do cidadão jacutinguense.

Jacutinga deveria ter uma Escola Profissionalizante de Malharia?
Com certeza, sim! Se já tivéssemos uma escola profissionalizante em Jacutinga, as malharias iriam procurar atender suas necessidades de mão-de-obra nessa escola e não ter que ficar com essas placas espalhadas pelas fábricas. E as pessoas diplomadas nessa escola, com certeza, iriam ter o valor do seu trabalho bem mais reconhecido.
Acho que não seria tão difícil montar essa escola, talvez uma parceria pública-privada seria uma boa solução; Fica aqui uma idéia. A Prefeitura entraria com o prédio e salário do professor, as empresas com as máquinas e a Acija com a administração da Escola. Isso é apenas uma idéia dentre muitas outras que podem ser discutidas.

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