terça-feira, 15 de janeiro de 2008

AUTO-AJUDA

VERDES ANOS

O que vemos, hoje em dia, é um total desinteresse dos mais jovens pelos ensinamentos que os mais velhos podem lhes dispensar. Infelizmente, na outra ponta, vemos muitas pessoas mais velhas com muito pouco, ou nada a oferecer aos mais novos, porque muitas vezes suas vidas estão tão atrapalhadas, devido a uma imaturidade crônica que se mantém até os anos de maturidade física, sem que haja uma maturidade existencial. A massificação fomentada pela mídia, fazendo-nos consumir sem parar big brothers, novelas, filmes horríveis e com valores duvidosos, programas de fim de semana ocos e cheios de apelação, para passarmos o tempo, nos leva a esta “idiotice reflexiva”, a esta impossibilidade de ver as coisas sob diversos ângulos. Somos reféns da nossa cultivada estupidez dento do coletivo (vida de gado).
O culto a valores temporários e falíveis nos torna passiveis de decrepitude e dispensabilidade: somos descartáveis.

DESFOCANDO
Um grande sábio possuía três filhos jovens, inteligentes e consagrados à sabedoria.
Em certa manhã, eles altercavam a propósito do obstáculo mais difícil no grande caminho da vida.
No auge da discussão, prevendo talvez conseqüências desagradáveis, o genitor benevolente chamou-os a si e confiou-lhes curiosa tarefa.
Iriam os três ao palácio do príncipe governante, conduzindo algumas dádivas que muito lhes honraria o espírito de cordialidade e gentileza.
O primeiro seria o portador de rico vaso de argila preciosa.
O segundo levaria uma corça rara.
O terceiro transportaria um bolo primoroso da família.
O trio recebeu a missão com entusiástica promessa de serviço para a pequena viajem de três milhas; no entanto, no meio do caminho, começaram a discutir.
O depositário do vaso não concordou com a maneira pela qual o irmão puxava a corça delicada, e o responsável pelo animal dava instruções ao carregador do bolo, a fim de que não tropeçasse, perdendo o manjar; este último aconselhava o portador do vaso valioso, para que não caísse.
O pequeno séqüito seguia, estrada afora, com dificuldade, porquanto cada viajante permanecia atento as obrigações que diziam respeito aos outros,através de observações acaloradas e incessantes.
Em dado momento, o irmão que conduzia o animalzinho olvida a própria tarefa, a fim de consertar a posição da peça de argila nos braços do companheiro, e o vaso, premido pelas inquietações de ambos, escorrega, de súbito, para espatifar-se no cascalho.
Com o choque, o distraído orientador da corça perde o governo do animal, que foge espantado.
O carregador do bolo avança para sustar-lhe a fuga, e o bolo se perde totalmente no chão.
Desapontados e irritadiços, os três rapazes voltam a presença do pai,apresentando cada qual a sua queixa de derrota.
O sábio, porém, sorriu e explicou-lhes:
- Aproveitem o ensinamento da estrada. Se cada um de vocês estivesse vigilante na própria tarefa, não colheriam as sombras do fracasso. O mais intrincado problema do mundo, meus filhos, é o de cada homem cuidar dos próprios negócios, sem intrometer-se nas atividades alheias. Enquanto cogitamos de responsabilidades que competem aos outros, as nossas viverão esquecidas.

OLHANDO O PRÓPRIO UMBIGO.
O velho Mestre pediu a um jovem triste que colocasse uma mão cheia de sal em um copo d' água e bebesse. - "Qual é o gosto?" perguntou o Mestre. - "Ruim " disse o aprendiz.O Mestre sorriu e pediu ao jovem que pegasse outra mão cheia de sal e levasse a um lago. Os dois caminharam em silêncio e o jovem jogou o sal no lago, então o velho disse: - "Beba um pouco dessa água". Enquanto a água escorria do queixo do jovem, o Mestre perguntou: - "Qual é o gosto?" - "Bom!" disse o rapaz .- Você sente gosto do "sal" perguntou o Mestre? - "Não" disse o jovem. O Mestre então sentou ao lado do jovem, pegou sua mão e disse: - A dor na vida de uma pessoa não muda. Mas o sabor da dor depende do lugar onde a colocamos. Então quando você sentir dor, a única coisa que você deve fazer é aumentar o sentido das coisas. Deixe de ser um copo. Torne-se um lago...
CARLOS TURATO - PSICÓLOGO

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