terça-feira, 15 de janeiro de 2008

GENTE EXPRESSIVA

Quem vê aquele senhor de idade sentado num banco na área de sua residência em frente à Igreja São Judas não imagina aquele senhor faz parte da história de Jacutinga, pois trabalhou por mais de 40 anos na Prefeitura e ajudou no serviço de encanamento de rede e esgoto de nossa cidade na época em que o prefeito era o saudoso Floriano Saretti, que mais tarde veio a ser Deputado em Minas Gerais. Referimo-nos ao senhor Benedito Honorato que em maio do corrente completará 95 anos de idade e nesta entrevista, vai relatar um pouco de sua vida.

Gazeta – Sr. Benedito, como foi sua infância e mocidade?
Sr. Benedito – Nasci em Brasópolis. Meus pais foram morara em Ouro Fino e, de lá, viemos para Jacutinga, quando eu ainda era adolescente. Naquela época, fomos morar no antigo matadouro, lá no final da Rua Santo Antônio. Casei-me e mudei para uma das casas do senhor Nicola Palotti, onde hoje funciona um supermercado.

Gazeta – Fale-nos de seu trabalho na Prefeitura.
Comecei a trabalhar na Prefeitura ainda jovem. O prefeito era o senhor Luiz Lisboa, que depois foi Senador. Eu trabalhava no meio da turma, ou seja, em todo serviço. Depois fui jardineiro, trabalhei no serviço de encanamento de rede e esgoto e mais tarde fui trabalhar como coletor de lixo. O meu instrumento de trabalho era uma carroça e um cavalo. Depois arrumei um burro que atendia por peitudo. Esse burro foi atropelado pelo trem, lá na estrada de ferro ali nas proximidades dos Steccas. Trabalhei por anos na coleta de lixo até me aposentar. Passei por vários prefeitos desde o Senador Luiz Lisboa até o Luiz Cardoso. sempre exerci minha profissão com responsabilidade e dedicação. Passei por prefeitos desde o como Além de trabalhar na Prefeitura eu ainda tinha um arrozal, ou seja, plantava arroz.

Tiveram muito trabalhão para fazer o serviço de rede e esgoto de Jacutinga?
Sim, tivemos muito trabalho e levamos um bom tempo. O prefeito na época era o senhor Floriano Saretti, que depois foi Deputado no nosso Estado de Minas Gerais. Lembro-me perfeitamente do mapa de planejamento do serviço de rede e esgoto. Foi tudo muito bem elaborado.

E a família?
Casei-me com 30 anos de idade com a senhora Benedita Isaías Honorato. Tivemos 12 filhos, sendo que criamos 9. O caçula é o Frei Antônio Honorato, que está em férias aqui em Jacutinga. Minha esposa faleceu em dezembro de 1982 e vamos tocando a vida. Os meus filhos são: a Sebastiana, a Zaia, a Nenê, o Zé, o João, o Paulo, o Mário, o Pedro e o Toninho. Eles quando podem estão aqui comigo e me auxiliam numa coisa ou outra. A Zaia mora em São Paulo e está passando uns dias aqui comigo. Tenho três tataranetos.
A minha esposa, por muitos anos, foi cozinheira do senhor Floriano Saretti. Trabalhou para o Carvalhinho e para o Primo Raphaelli.

O que gostava de fazer nas horas vagas?
A minha paixão era pescar no ribeirão Santo Antônio. A gente pegava bastante peixe. Hoje não tem peixe mais no ribeirão Santo Antônio. Também gostava de lidar com horta e jardim. Sempre gostei de lidar com a terra, em trabalhar na horta. Nunca gostei de futebol.

E hoje?
Hoje, gosto de sentar no meu banco e ficar recordando o passado, de tantas coisas que já vi e vivi. Gosto de mexer na horta que tenho no fundo de casa e quando tem gente em casa, conversar.

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