segunda-feira, 17 de março de 2008

AUTO-AJUDA

DESCONSTRUIR E RECONSTRUIR
Um instrumento, dependendo da intenção que se tenha em usá-lo, pode ser destrutivo ou construtivo. Vejamos o exemplo de alguns instrumentos cortantes. Uma faca, cortando os alimentos nos permite transforma-los em gostosas e saudáveis iguarias. Um bisturi, nas mãos do medico, salva vidas desde um simples curativo, até uma cirurgia de alta complexidade. Um punhal, em mãos maléficas, leva a homicídios, desgraças que roubam vidas preciosas, e deixam um rastro de dor pela perda de pessoas queridas.
O apego a certas idéias em nossa vida, também pode ter um efeito destrutivo ou construtivo. Crenças e valores podem fazer a diferença entre uma vida criativa e rica e uma vida vazia e pobre. Crenças são conceitos que temos acerca de nós, dos outros, e do mundo que nos rodeia. A maioria delas se instala por volta dos cinco primeiros anos de vida. Por isso que temos que ter o maior cuidado para com o que passamos para os nossos filhos em termos de formação. Valores são conceitos do que é certo, errado, bom, ruim, do que se pode e não pode. Estes conceitos estão intimamente relacionados com a ética e o caráter. Podemos nos transformar em pessoas éticas e de bom caráter, ou sermos acéticos e de mau caráter, dependendo das crenças e valores que se aderirem em nossa personalidade. Graças a Deus que podemos ir renovando e melhorando nossas crenças e valores.
APEGO AO FUNDO DO POÇO
Um monge peregrino caminhava por uma estrada quando, do meio da relva alta, surgiu um homem jovem de grande estatura e com olhos muito tristes.
Assustado com aquele aparecimento inesperado, o monge parou e perguntou se poderia fazer algo por ele.
O homem abaixou os olhos e murmurou envergonhado: "sou um criminoso, um ladrão. Perdi o afeto de meus pais e dos meus amigos. Como quem afunda na lama, tenho praticado crime após crime. Tenho medo do futuro e não sinto sossego por nenhum instante. Vejo que o senhor é um monge, livre-me então desse sofrimento, dessa angústia!"- pediu ajoelhando-se.
O monge, que ouvira tudo em silêncio, fitou os olhos daquele homem e alguns instantes depois disse: "estou com muita sede. Há alguma fonte por aqui?”.
Com expressão de surpresa pela repentina pergunta, o jovem respondeu: "sim, há um poço logo ali, porém nele não há roldana, nem balde. Tenho aqui, no entanto, uma corda que posso amarrar na sua cintura e descê-lo para dentro do poço. O senhor poderá tomar água até se saciar. Quando estiver satisfeito, avise-me que eu o puxarei para cima.”.
O monge sorrindo aceitou a idéia e logo em seguida encontrava-se dentro do poço.
Pouco depois, veio a voz do monge: "pode puxar!”.
O homem deu um puxão na corda empregando grande força, mas nada do monge subir.
Era estranho, pois parecia que a corda estava mais pesada agora do que no início.
Depois de inúteis tentativas para fazer com que o monge subisse, o homem esticou o pescoço pela borda, observou a semi-escuridão do interior do poço para ver o que se passava lá no fundo.
Qual não foi sua surpresa ao ver o monge firmemente agarrado a uma grande pedra que havia na lateral.
Por um momento ficou mudo de espanto, para logo em seguida gritar zangado: "hei, que é isso? O que faz o senhor aí? Pare já com essa brincadeira boba! Está escurecendo, logo será noite. Vamos, largue essa rocha para que eu possa içá-lo.”.
De lá de dentro o monge pediu calma ao rapaz, explicando:
"Você é grande e forte, mas mesmo com toda essa força não consegue me puxar se eu ficar assim agarrado a esta pedra. É exatamente isso que está acontecendo com você. Você se considera um criminoso, um ladrão, uma pessoa que não merece o amor e o afeto de ninguém. Encontra-se firmemente agarrado a essas idéias. Desse jeito, mesmo que eu ou qualquer outra pessoa faça grande esforço para reerguê-lo, não vai adiantar nada."
"Tudo depende de você. Somente você pode resolver se vai continuar agarrado ou se vai se soltar. Se quer realmente mudar, é necessário que se desprenda dessas idéias negativas que o vêm mantendo no fundo do poço."
"Desprenda-se e liberte-se."
CARLOS TURATO - PSICÓLOGO

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