segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

AUTO-AJUDA

TÃO ÓBVIO, TÃO BELO

A criatividade da sabedoria do homem, em geral, está associada a grandes estudos, tratados, teses, doutorados, ciência, filosofia, epistemologia. Quando recebemos pérolas de saber através de situações simples da vida, de forma singela, nos encantamos.

O INÚTIL VIRA ÚTIL

Um dia um homem já de certa idade abordou um ônibus. Enquanto subia, um de seus sapatos escorregou para o lado de fora. A porta se fechou e o ônibus saiu; então ficou impossível recuperá-lo. O homem tranqüilamente retirou seu outro sapato e jogou-o pela janela.
Um rapaz no ônibus, vendo o que aconteceu e não podendo ajudar ao homem, perguntou: - Notei o que o senhor fez. Por que jogou fora seu outro sapato?
O homem prontamente respondeu - De forma que quem os encontrar seja capaz de usá-los. Provavelmente apenas alguém necessitado dará importância a um sapato usado encontrado na rua. E de nada lhe adiantará apenas um pé de sapato.
O homem mostrou ao jovem que não vale a pena agarrar-se a algo simplesmente para possui-lo e nem porque você não deseja que outro o tenha.
Perdemos coisas o tempo todo. A perda pode nos parecer penosa e injusta inicialmente, mas a perda em geral acontece de modo que mudanças, na maioria das vezes positivas, possam ocorrer em nossa vida.
Acumular posses não nos faz melhores e nem faz o mundo melhor. Todos temos que decidir constantemente se algumas coisas devem manter seu curso em nossa vida ou se estariam melhor com outros.

SÓ EXISTE UM PRESENTE, O AMOR
Um garoto pobre, com doze anos de idade, vestido e calçado de forma humilde, entra na loja, escolhe um sabonete comum e pede ao proprietário que o embrulhe para presente. - É para minha mãe - diz, com orgulho.
O dono da loja ficou comovido diante da singeleza daquele presente. Olhou com piedade para o seu freguês e, sentindo uma grande compaixão, teve vontade de ajudá-lo. Pensou que poderia embrulhar, junto com o sabonete comum, algum artigo mais significativo. Entretanto, indeciso, ora olhava para o garoto, ora para os artigos que tinha em sua loja. Devia ou não fazer? O coração dizia sim, a mente dizia não.
O garoto, notando a indecisão do homem, pensou que ele estivesse duvidando de sua capacidade de pagar. Colocou a mão no bolso, retirou as moedinhas que dispunha e as colocou sobre o balcão. O homem ficou ainda mais comovido quando viu as moedas, de valor tão insignificante. Continuava seu conflito mental. Lembrou de sua própria mãe. Fora pobre e, muitas vezes, em sua infância e adolescência, também desejara presentear sua mãe.
Quando conseguiu emprego, ela já havia partido para o mundo espiritual. O garoto, com aquele gesto, estava mexendo na profundeza de seus sentimentos. Do outro lado do balcão, o menino começou a ficar ansioso. Alguma coisa parecia estar errada. Por que o homem não embrulhava logo o sabonete? Impaciente, ele perguntou: - Moço, está faltando alguma coisa? - Não - respondeu o proprietário da loja - é que, de repente, me lembrei de minha mãe, que morreu quando eu ainda era muito jovem. Sempre quis dar um presente para ela mas, desempregado, nunca consegui comprar nada.
Na espontaneidade de seus doze anos, perguntou o menino: - Nem um sabonete?
O homem se calou. Refletiu um pouco e desistiu da idéia de melhorar o presente do garoto. Embrulhou o sabonete com o melhor papel que tinha na loja, colocou uma fita e despachou o freguês, sem responder mais nada.
A sós, pôs-se a pensar. Como é que nunca pensara em dar algo tão pequeno e simples para sua mãe? Sempre entendera que presente tinha que ser alguma coisa significativa, tanto assim que, minutos antes, sentira piedade da singela compra, e pensara em melhorar o presente daquele garoto. Comovido, entendeu que, naquele dia, tinha recebido uma grande lição. Junto com o sabonete do menino, seguia algo mais importante e grandioso, o melhor de todos os presentes: o gesto de amor!

CARLOS TURATO - PSICOLOGO

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