segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

BRASIL URGENTE

BRASIL URGENTE
Eduardo Bortolotto Filho
Blocos
“Acabou o nosso carnaval, ninguém ouve cantar canções... E no entanto é preciso cantar
Mais que nunca é preciso cantar
É preciso cantar e alegrar a cidade.”
Vinícius de Moraes
Acabou o carnaval. E não sei se fato ou boato, agora começa realmenteo ano no Brasil. Saem os blocos e escolas de samba e entra com toda aforça a realidade nua e crua do dia a dia do brasileiro. Fantasia agora, sóem 2009. Mas este ano é ano de eleições, e sendo assim, agora chegou a horados eleitores e candidatos colocarem o seu “bloco na rua”. Um outro tipode carnaval vai começar, com sonhos, fantasias, novos e velhos amores,novas canções para nossos ouvidos, até mesmo as velhas marchinhas de outros carnavais... As eleições são municipais, mas como são uma preparação para as de2010, que são estaduais e nacionais, o bloco dos interessados em carnavaisfuturos também está se apresentando na avenida. Nosso governador, AécioNeves, prepara estratégias para o nosso Estado, para outros, e tentainfluir nas eleições de grandes capitais. Em Minas, ele vai tentararticular a maioria de partidos que o apóiam, e em Belo Horizonte, eleprepara sua mais importante “fantasia”, realmente um sonho de folião: unirPSDB, o seu partido, e o PT, de Lula, numa única candidatura à PrefeituraMunicipal. O candidato seria de um terceiro partido, para evitar ciumeira.Já se cogita até o nome do escolhido, mas muita “água ainda vai rolarembaixo da ponte”. O certo é que Aécio vai ter que buscar inspiração nosvelhos carnavais, na incansável capacidade de seu avô, Tancredo Neves, dearticular interesses em torno do seu nome. Em São Paulo, Aécio pareceapoiar a candidatura de Geraldo Alckmin, talvez por ela se contrapor aodesejo do governador Serra de ver o atual prefeito, Gilberto Kassab, serreeleito. Os partidos no Estado, deverão tentar manter uma política decoligações que obedeçam também às suas estratégias para 2010, forçandoalianças e apoiando correligionários e aliados. Se a fantasia couber, tudobem, se não... E nós, eleitores, também temos que colocar nosso “bloco na rua”,participando das discussões, colocando nosso nome, se filiados, àdisposição dos partidos para sermos candidatos, cobrando, e mais, tentandodescobrir por detrás das máscaras e fantasias, quem se esconde. Isso, paraque neste Carnaval, tudo não acabe em cinzas. Na política, tal como nosamores de Carnaval, pode acontecer de tudo, desde o até logo da madrugada de quarta-feira, até as belas uniões que duram a vida toda. Não sejamos meros espectadores deste Carnaval que agora vai começar pra valer, vamoscolocar nosso bloco na rua, afinal, a quarta feira que teremos é umaescolha nossa. Cartões Os cartões, sejam os de crédito ou os utilizados para pagamentos, sãouma via sem volta na economia. São a cara do futuro, onde o dinheiro e ocheque terão um lugar muito pequeno. Pensando assim, o governo de Fernando Henrique admitiu os cartõeschamados corporativos. São cartões que a empresas, e também os governos, dão para seus funcionários para que realizem despesas de exercício de suasfunções. Para quem tem que viajar, seja por uma empresa ou Prefeitura, ouqualquer outro órgão, é muito prático que se tenha um limite, comprestação de contas posterior. Mas onde está a falha na recente crise do governo Lula, que já levouà demissão de um ministro e ameaça outros mais? A questão está em queninguém deve ser responsável por fiscalizar a si próprio, um princípiobásico de moralidade administrativa, seja numa empresa, seja num governo.Os cartões de ministros, tinham suas despesas autorizadas pelos própriosministros ou gente a eles subordinadas. A oposição iniciou um movimento para abrir uma CPI que investigasseos casos. O governo reagiu na hora: apóia a CPI, desde que tudo sejainvestigado, falando-se até nos gastos dos parlamentares, que se não tem um cartão, tem uma gorda verba. Verba esta cuja prestação de contas passa a léguas dos nossos olhos. Lula já promoveu umas mudanças na utilização dos cartões, e outrasainda podem ser sugeridas por uma eventual CPI. O que precisa ficar claro é que não se trata da facilidade do cartão, mas da inexplicável falta decontrole de sua utilização. Parece aquele caso da pessoa que vai ao Banco ereclama do cartão, que o deixou endividado. O problema está no cartão? Jacutinga piou, piou... Jacutinga aplaudiu mais um Carnaval em que o talento de nossa gentebrilhou. Na banda Prisma sob coordenação do Viotti e comando do Lô, naEscola de Samba , no samba de nosso compositor Celso Ariza. Parabéns atodos.

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