segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Onde estão os anjos?

“Muitas vezes esses anjos estão bem perto de nós, mas não sabemos distinguir a sua presença. E na incapacidade de saber que eles são anjos de Deus, nós os chamamos simplesmente de amigos”

Os anjos são citados muitas vezes na Sagrada Escritura, são representados nas igrejas, são lembrados em vários momentos de nossa vida e povoam o nosso imaginário religioso. Quem participa de uma procissão, ou de alguma festa religiosa, pode observar que há sempre algumas crianças com veste de anjos.
Em nossa tradição religiosa aprendemos a rezar, cada dia, na intenção de nosso anjo da guarda; aquele ser celestial que Deus colocou ao nosso lado para nos acompanhar durante toda nossa vida. Independente da forma como compreendemos a presença dos anjos, o certo é que essa representação nos ajuda a compreender a proximidade de Deus em nossa vida, pois eles são como uma força divina que nos ajuda a viver envoltos na ternura de Deus e guiados por sua infinita sabedoria.
Quem já leu o Pequeno Príncipe, lembra-se como o aviador descreveu a dor de sentir que estava chegando a hora de separar-se do seu grande amigo. O Pequeno Príncipe já estava desfalecendo quando o aviador o tomou em seus braços, acolheu-o com carinho e sentiu a ternura que os envolvia. “Eu senti o coração dele bater junto ao meu, como de um pássaro ferido. E tive a impressão de que ele ia deslizando para o abismo, e eu não podia fazer nada... o sentimento de algo irreparável me deixou gelado. Então, eu compreendi que não podia suportar a idéia de nunca mais escutar o seu riso. Ele era para mim como uma fonte no deserto”.
Enquanto o Pequeno Príncipe fechava os seus olhos e o seu coração desacelerava as batidas, o amigo procurava agarrar-se na lembrança das coisas boas que viveram juntos. E a voz daquele que encantou a sua vida trazia alento ao seu coração, enquanto ressoavam em seus ouvidos frases que iriam iluminar a sua vida para sempre: “Só se vê bem com o coração, o essencial é invisível aos olhos... Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas... Se tu amas uma flor que está numa estrela, à noite, é doce olhar para o céu, parece que todas as estrelas estão floridas”...
Muitas vezes esses anjos estão bem perto de nós, mas não sabemos distinguir a sua presença. E na incapacidade de saber que eles são anjos de Deus, nós os chamamos simplesmente de amigos.
Quem cultiva o amor, com a simplicidade das crianças e dos anjos, seguirá pela vida com o coração pacificado e pacificador. Levará a certeza que ama e que é amado. E isso conservará a segurança pessoal num elevado nível de auto-estima.

Élcio Bairral

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